O Paganismo enquanto movimento de ideias, espiritualidade, filosofias, práticas e revelação pessoal, vai crescendo nos dias de hoje.
O apelo à natureza autónoma, natural, e religadora de sagrado representa muito do que leva as almas exploradoras a caminhar por este conceito vivo, tão velho como atual.
Como proposta de desenvolvimento pessoal e conexão universal, o Paganismo é extraordinário. Como proposta comunitária é um projecto que hoje pode sair das sombras e assumir-se perante as demais comunidades religiosas e espirituais.
A Comunidade Pagã, é composta por pessoas que se identificam e se afirmam enquanto pagãs.
E apesar do potencial infinito que um caminho no Paganismo possa representar para qualquer curioso, interessado e estudioso, este não pode ser percebido sem limitações ou condicionantes.
Somos humanos ainda que procuremos a relação com o divino e essa procura tem de ser tratada com dignidade, respeito e integridade.
As comunidades pagãs, como todas as comunidades, são dinâmicas e envolventes, mas também comportam áreas cinzentas onde naturezas menos evoluídas se podem instalar.
Um dos componentes que mais fragiliza as relações saudáveis no Paganismo é o elemento do secretismo. O imaginário do oculto, da noite, do mistério, fazem parte da cultura pagã, e o silêncio sobre o que se faz é uma prática comum "o que acontece no circulo, fica no circulo", com boa justificação nas leis de conservação de energia. Mas se este lugar existe, também é verdade que há quem se use dele, de forma predadora, para levar recém-chegados ou pessoas com pouca experiência, a sítios e a situações profundamente indesejáveis por estes últimos.
Atendendo a esta realidade, tão bem explorada pela Alexia Moon nesta publicação sobre Cuidados nas Comunidades Pagãs, cabe-nos a nós, partes integradas e activas na comunidade e nos grupos pagãos, levar este assunto às bocas à volta da fogueira. Falemos deste perigo real. Falemos da existência de casos mais ou menos próximos e das suas histórias para que materializemos estas situações em palavras objectivas: o perigo das práticas predadoras nas comunidades pagãs.
Em nome desta necessidade o Egrégora Pagã, em parceira com o Sob o Luar, lançam oficialmente a campanha "Paganismo Seguro contra o Abuso", como alerta de práticas sem ética com o objectivo maior de confrontar a realidade do Paganismo com a necessidade de mais e melhor consciência das nossas práticas comunitárias.
Assim, neste mês de Novembro, convidamos as pessoas que se queiram envolver nesta campanha a juntarem-se a nós durante a fase Crescente da Lua a reflectir sobre este tema, para que na Lua Cheia, sexta feira dia 23 de Novembro, possamos acender uma vela e neste simples gesto, evocar o poder que vive na luz: dissipar a escuridão destes atos e reforçar uma postura que ilumine quem para o Paganismo é atraído.
Convido a todos para que juntos enfrentemos esta necessidade que é da nossa comunidade e que é nossa.
Convido também a todos para reconhecermos e validarmos as experiências de quem passou por este tormento, e a valorizar a coragem de quem fala do que não funciona e do que não pode funcionar.
Pelo Paganismo em Perfeita Confiança e em Perfeita Segurança para todos!
Grata a todos e a todas as que forem tocadas por esta campanha*
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